Eu Vi O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button)

É notório, para aqueles que me conhecem, que normalmente não gosto de assistir filmes longos. Fui criado a base de filme thrash, com 90 ou até 100 minutos de duração, sendo 120 minutos apenas para o blockbusters, que mesmo assim me garantem uns bons minutos de tédio no meio da história. Ontem porém assisti a um filme que conseguiu me cativar em seus 180 minutos: O Curioso Caso de Benjamin Button.

Escrito por Eric Roth, com direção de David Fincher e com Brad Pitt no papel principal, o filme conta a história de um bebê que nasce com todas as características de um senhor de 80 anos de idade e que vai rejuvenescendo a cada dia que se passa ao passo que sua mente evolui como a de um garoto normal. Aos 5 anos ele é uma criança presa em um corpo de 75, aos 15 em um corpo de 65 e assim por diante. Sim, algo no mínimo curioso.

O filme traz muitas lições dignas de livros de auto-ajuda, além de diversas cenas capazes de causar comoção, porém ambos em doses equilibradas de modo a não abusar da inteligência dos espectadores, eis ai um dos trunfos do diretor. Outro trunfo, dessa vez do roteirista foi a de saber lidar com uma questão chave: a questão da escolha e a escolha do perdão.

Em diversos momentos da vida de Benjamin Button, ele e outros personagens acabam sendo obrigados a tomarem decisões drásticas em certos momentos – algo normal tanto em filmes do gênero quanto mesmo na vida real. A decisão de um pai em abandonar um filho doente, é uma dessas. Conforme a história avança, os personagens descobrem que algumas dessas decisões não são as melhores, nem as mais acertadas. Eles se arrependem e buscam pelo perdão, e em algumas vezes eles o conseguem. Uma lição bonita para alegrar o coração do espectador? Não, ai o roteirista soube habilmente injetar uma bela dose de realidade, mostrando que por mais que haja o desejo sincero de arrependimento, certas decisões erradas, uma vez tomadas, são para sempre. O outro pode até perdoar, porém as conseqüências do passado são imutáveis.

O Curioso Caso de Benjamin Button é um filme triste e bonito, que vale muito a pena ser assistido, mas não em qualquer momento. Escolha um momento tranqüilo, onde se possa assistir sem maiores distrações e se deixe levar pela história. Com certeza, ao final, você sairá ou com uma bela lição de moral ou com um baita aperto no peito por alguma culpa esquecida.

1 comentário:

Ivy Peçanha disse...

Triste e bonito, acho que só isso descreve bem esse filme.... porém todas as suas outras palavras são muito bem colocadas.