
Não tenho atualizado o blog pois o mês de março tem sido para mim um mês impar. Novos cursos, mudanças, provas, trabalho, etc, etc, etc. Ainda assim me senti obrigado a fazer um post a respeito de um filme que me fez, pela primeira vez talvez, concordar com Arnaldo Jabor em considerá-lo simplesmente genial: Besouro.
A idéia é simples. Utilizar toda a plasticidade da capoeira para montar um filme de artes marciais passado no Brasil do início do século XX. Aproveitar toda a beleza dos cultos afro-brasileiros para mostrar o divino no cotidiano. Puxar a longa questão social, da importância do lutar pelo o que é seu para objetivar o filme. Sim, isso é besouro.
Manuel Henrique Pereira, ou Besouro Mangangá como foi conhecido, viveu no interior da Bahia, para ser mais exato na cidade de Santo Amaro da Purificação, onde nasceu em 1895 e morreu assassinado em 1924. Dizem uns que ele morreu por ser um homem direito, outro por ser um arruaceiro.
Cadê o Besouro
Cadê o Besouro
Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro
Cadê o Besouro
Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro
Sendo um ou sendo outro, o diretor João Daniel Tikhomiroff foi feliz em não procurar realizar um documentário, e sim em contar uma ficção, meramente baseada nas lendas sobre Besouro. Com menos de 90 minutos, o filme preza por mostrar belas lutas de capoeira, e um roteiro denso e bem brasileiro, mostrando a mudança que se processa a partir da união entre o divino e o mundano no ser humano.
Besouro não é drama. Besouro não é documentário. Besouro não é kung-fu-movie. Besouro é besouro.
Sinceramente, esse é um filme que eu me arrependo de não ter assistido no cinema, e que recomendo a todos que aluguem e vejam assim que possível.